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segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

FELIZ 2011! - Colocando o atraso em dia e retrospectiva 2010

Ufa! 2010 acabou na conta certa! Terminei meu trigésimo livro do ano no dia 30 de dezembro! Em cima do lance! Mas valeu, apesar das confusões, que dificultaram no alcance da meta, no final a estratégia de ler livros mais curtos deu certo! Pelo menos posso dizer que bati a meta!
Já em 2011, com obras de apartamento, casamento à vista e MBA batendo na porta, vou ser realista (olha uma meta aí gente) e diminuir minha meta anual de leitura. Em 2011 minha meta será de 20 livros! Ainda é ousada, levando em consideração os planos, mas é preciso viver com um pouquinho de adrenalina, né?

Então, vamos começar do final, colocando o atraso em dia e emendando com a retrospectiva 2010! Porque não dá pra começar o ano deixando atrasos acumulados.

O príncipe e o mendigo - Mark Twain

Esse foi um livro que curti muito ler! Conheci Mark Twain ainda muito criança, num livro de contos esgotado há algumas décadas (nem se encontra em catálogo) chamado Histórias Engraçadas (se minha memória já não está falhando na primeira semana do ano, o que não é de todo estranho, dado o nível alcóolico das festas de fim de ano). Tenho esse livro até hoje, herança do meu pai, e foi muito legal reconhecer o estilo do autor que tanto me fez rir. Seu jeitão meio inocente, fantasioso e esperançoso é inconfundível! Não se faz mais escritores assim hoje em dia... ainda por cima, a edição de bolso que arranjei ainda vinha com uma análise bem interessante da obra de Mark Twain, comparando o Príncipe e o Mendigo com outras obras famosas do americano, o que achei enriquecedor, pois até hoje eu só tinha lido contos obscuros dele. Pois é, além de compulsiva, sou uma leitora estranha, fazer o quê?
Nota 9

O fabuloso Maurício e seus roedores letrados - Terry Pratchett

Outro livro com ares de infância! Mas esse é por conta da categoria infanto-juvenil a que ele pertence mesmo. Conheci Terry Pratchett por conta da série Discworld, da qual li alguns livros. Depois de encher o saco da série (é meio cansativa, as piadas parecem se repetir depois de um tempo), li Belas Maldições, escrito junto com o genial Neil Gaiman, e percebi que gosto mais no Neil do que do Terry, mas Terry tem suas qualidades. Daí chegamos nesse título, comprado na última bienal. Ele ficou rolando lá em casa um tempão, até ser escolhido pela finura na luta pela meta anual. É um livro interessante, para quem curte obras infanto-juvenis é bem legal. Mas serve pra evidenciar o problema do autor com ritmo. Esse é o problema de Terry Pratchett, seus livros parecem uma montanha russa, onde a melhor queda não é a última. Meio frustante, né? Mas o livro é muito divertido, o humor do autor, administrado de forma homeopática, é muito bom. Deu até vontade de ler mais coisas dele, mas no limite de um livro por ano. E claro, não podia deixar de ser bom, já que o protagonista é um gato, criado por um inglês ainda por cima. Gatos são ótimos personagens! Até hoje só li um livro ruim sobre gatos. E os ratos também! E o menino! Ah, o autor foi muito feliz na construção dos personagens, todos ótimos. Vale a leitura!
Nota 9

Memórias de minhas putas tristes - Gabriel García Márquez

Mais uma estréia (esse ano li vários autores que eu não conhecia)! Meu primeiro livro do Gabriel García Márquez! E eu gostei! A história é muito interessante, mas a forma como o protagonista a conta é que é imperdível! Apesar de ser um tema pesado, o velhinho é um personagem cativante, afinal, como não gostar de um centenário apaixonado? Por mais que o passado o condene, a paixão opera milagres. Pelo menos alguns. Não tem como mudar a idade do objeto amado, por exemplo, que é a parte da história que me deixou de cabelos em pé. Mas, apesar de todos os pontos positivos, em termos de história contada por velhinhos, gostei mais de Leite Derramado. Por isso:
Nota 8,5

Ni d'Ève ni d'Adam - Amélie Nothomb

E finalmente chegamos no último livro do ano! E que final! Já falei da autora esse ano, com Antéchrista, mas não sei se fui clara sobre ela. Esse fim de semana aconteceu algo que explica bem. Falei desse livro com um amigo meu, dizendo que a autora é louca. Ele perguntou "louca como?", no que respondi "em todos os sentidos". Como ele não acreditasse em minhas palavras, virei para outro amigo que também é fã e perguntei "Amélie não é louca?", no que ele obviamente respondeu "sim", "louca como?" emendei, "em todos os sentidos". Pois bem, isso fica novamente claro em "Ni d'Ève ni d'Adam". Esse livro é mais um da série autobiográfica da autora (meus favoritos), e foca num período que começa um pouco antes de Stupeur et Tremblements e vai até um pouco depois, só que trata unicamente da sua vida amorosa. Você percebe o quão louca uma pessoa pode ser pelos amigos e amantes. Pois é, nesse livro tudo fica ainda mais claro. Amélie quase se supera (para mim Stupeur et Tremblements é insuperável, provavelmente pelo choque do primeiro contato com a autora), com seu noivado louco e relação mais doida ainda com a terra do sol nascente. Imperdível para amantes da cultura japonesa e chegados a doidices, ou os dois. Assim, fechei o ano com chave de ouro!
Nota 9,9

RETROSPECTIVA 2010

Ufa! Colocado o atraso em dia, podemos fazer nossa retrospectiva!
O ano começou com um grande clássico "O Grande Gatsby", pressagiando um bom ano de leituras! Seguido então por um dos últimos livros do mestre Saramago, "Caim". Como não tem como ser tudo bom, o terceiro livro do ano, eleito de longe como o pior livro, foi "A cabana". Êita livro ruim. Mas é questão de gosto, tem sempre alguém que curte jiló.
Para sair da fossa literária, precisei de ajuda esotérica, com "O véu da ilusão da morte", de uma grande amiga e professora minha. A partir daí, entrei numa fase infanto-juvenil, que perdurou todo o ano com algumas pausas, começando com a trilogia (são 4 livros, mas até agora lançaram apenas 3) dos dragões "Eragon", "Eldest" e "Brisingr". Aproveito para comentar que alguns sites estão publicando rumores sobre o quarto livro, mas todos estão desmentidos no site oficial do autor.
Depois de tanta fantasia, fiz uma pausa com a filosofia, com "Como falar dos livros que não lemos", brilhante discussão de um professor de literatura francês sobre o que é ler. Só para depois mergulhar novamente na fantasia com "Meu tio" (está bem, nem tão fantasia assim) e "Stardust" (fantasia mesmo) do gênio Neil Gaiman, que, aliás, está presente novamente mais à frente na nossa retrospectiva.
Depois da respirada fantástica, voltei ao mundo real, mais exatamente, psicológico, com o fabuloso livro "A prostituta sagrada - a face eterna do feminino", eleito o melhor do ano no gênero não-ficção!
Daí, precisei ler às pressas "O Português que nos pariu", para poder dar o livro de presente (quem nunca fez isso?). É um livro legal. Mas comparado ao que veio depois, quase foi esquecido da retrospectiva, pois li "Coraline"! Esse ano foi para ler os livros do Neil Gaiman que viraram filmes.
A próxima fase foi oriental, começando com "O Egito dos Grandes Faraós", recomendadíssimo, como tudo o que já li do Christian Jacq, seguido por "Noites das mil e uma noites", do maravilhoso Naguib Mahfouz (comecei a trilogia do Cairo! Estou até emocionada), e "Caminhos Palestinos", que não foi tão bom quanto prometia, daí a necessidade da pseudo-pausa com "Something in the way she moves", escrito por uma professora/bailarina/pesquisadora da dança do ventre, que foi um fiasco, com a autora dizendo que Shakira é brasileira. Imperdoável. Depois dessa, só mesmo Salman Rushdie, com seus "Versos Satânicos" para levantar a moral literária dessa blogueira.
Com a moral novamente em alta, encarei um novo autor, Chico Buarque, com o premiado "Leite derramado". Não li os demais livros da competição, mas tenho certeza que foi merecido!
A partir daí a escolha dos títulos foi para o buraco, com a necessidade de fechar a meta, passei a escolher os livros pelo tamanho, o que não foi ruim, pois tive ótimas leituras com "O ladrão e os cães", novamente o Egito aparecendo com Naguib Mahfouz, "Comme un roman", outra discussão sobre leitura, "Contos marroquinos modernos", a fase oriental foi realmente forte, e perdura até hoje, depois "Antéchrista" da Amélie Nothomb (sempre ótima candidata quando a necessidade é livro curto), que se revelou uma quase decepção, seguido de "As frias flores de abril", uma beleza do Ismail Kadaré.
Chegando perto do fim da retrospectiva, houve um tropeço com "ioga para quem não está nem aí", uma apologia às drogas de dar nervoso, mas superado com "Syngué sabour - pedra-de-paciência", outro título da fase oriental, seguido por "O príncipe e o mendigo", "O fabuloso Maurício e seus roedores letrados", "Memórias de minhas putas tristes" e "Ni d'Ève ni d'Adam", comentados nos atrasos desse post.

Para facilitar, segue os livros em lista:

Livros lidos em 2010

  • Ni d'Ève ni d'Adam - Amélie Nothomb
  • Memórias de minhas putas tristes - Gabriel García Márquez
  • O fabuloso Maurício e seus roedores letrados - Terry Pratchett
  • O príncipe e o mendigo - Mark Twain
  • Syngué sabour - pedra-de-paciência - Atiq Rahimi
  • ioga para quem não está nem aí - Geoff Dyer
  • As frias flores de abril - Ismail Kadaré
  • Antéchrista - Amélie Nothomb
  • Contos marroquinos modernos - vários autores
  • Comme un roman - Daniel Pennac
  • O ladrão e os cães - Naguib Mahfouz
  • Leite derramado - Chico Buarque
  • Versos Satânicos - Salman Rushdie
  • Something in the way she moves - Wendy Buonaventura
  • Caminhos Palestinos - Raja Shehadeh
  • Noites das mil e uma noites - Naguib Mahfouz
  • O Egito dos Grandes Faraós - Christian Jacq
  • Coraline - Neil Gaiman
  • O Português que nos pariu - Angela Dutra de Menezes
  • A prostituta sagrada - a face eterna do feminino - Nancy Qualls-Corbett
  • Stardust - Neil Gaiman
  • Meu tio - Jean-Claude Carrière
  • Como falar dos livros que não lemos - Pierre Bayard
  • Brisingr - Christopher Paolini
  • Eldest - Christopher Paolini
  • Eragon - Christopher Paolini
  • O véu da ilusão da morte - Yasmin Anukit
  • A Cabana - William P. Young
  • Caim - José Saramago
  • O Grande Gatsby - F. Scott Fitzgerald

TOTAL: 30 livros

META CUMPRIDA!

Que 2011 venha cheio de mais livros maravilhos!