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quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

50 tons de liberdade



Agora que eu finalmente terminei essa coisa vou poder falar mal à vontade! E ninguém terá a desculpa de que eu não li até o final e que depois as coisas mudam!

Não, as coisas não mudam! O livro continua machista até a última letra, e continua sendo uma afronta para quem curte BDSM, pois a prática continua sendo tratada como doença até o final, só é "permitido" o uso de instrumentos exóticos no ato sexual sem a questão da dominação/submissão.

A última parte da saga de "50 tons" é chata, muito chata, a autora consegue fazer até as cenas de sexo parecerem repetitivas, e nada realmente acontece até o último quinto do livro. Christian continua um maníaco controlador, possessivo e ciumento ao extremo (ainda não sei o que tanto se alardeia sobre ele, ele só tem 2 atrativos: é bonito e rico), e Anastasia continua uma menina que vive fazendo merda e justificando o papel controlador do agora marido. Porque, sim, uma história que começa de forma tão "audaciosa" só pode terminar da forma mais tradicional possível: com troca de aliança e filhos, afinal esse é o único sonho de toda mulher. Só que não, mas enfim... esse é o público alvo do livro.

Não bastando isso, o livro é uma grande masturbação mental do que se pode fazer quando se tem uma quantidade absurda de dinheiro, se é jovem, bonita e gostosa. Tudo isso regado a cenas grotescas como a da boate, onde um cara chega na Ana e é recebido com um tapa, porque ela acha que se alguém tocar nela o marido vai ficar possesso e se alguém deixa o marido dela possesso ela também fica possessa com a pessoa. Sério gente???? Foi a esse ponto que chegamos??? A mulher fica puta da vida não porque recebeu uma cantada grosseira ou indevida mas porque isso vai chatear o marido??????? É demais para a minha cabeça.

Fora os clichês que doem no coração, como a satanização enlouquecida das ex-namoradas do cara. Sério, TODAS as ex do Christian são LOUCAS MANÍACAS e devem ser mantidas o mais longe possível!!!! E claro, isso tem explicação em uma sigla: BDSM. Todas as praticantes são pervertidas e ensandecidas e devem ser mantidas à distância de um recém "convertido" ou "curado" Christian Grey, e, por consequência, da imaculada e totalmente desinteressada em dinheiro Ana (desinteressada da boca pra fora, porque ela passa o livro inteiro se esbaldando, diga-se de passagem).

Ana continua esquisofrênica como sempre, sua subconsciente (é uma mulher, por isso o "sua") passa o livro inteiro lendo Charles Dickens (com direito a volume 1, 2 e 3 sendo mencionados), e a deusa interior continua uma consumista insaciável, viciada em sexo e acrobata. E apesar de ser inteligente, Ana não fica muito tempo refletindo sobre como ela ganhou o emprego porque é esposa do chefe, apesar de dizer a torto e a direito que ela queria fazer a sua carreira sozinha. Até a discussão sobre manter o seu nome de solteira para conseguir isso dura apenas 5 minutos! E eu não preciso dizer como ela terminou, não é?

As tensões do livro se limitam a tentativas de sequestro (claro, é o único tipo de perigo que se corre quando se é trilhardário), acidentes de carro que deixam a pessoa apenas 2 semanas no hospital, e se alguém vai casar ou não, e o pior de tudo: quando será essa festa??? Porque claro, não pode ser na mesma data do nascimento do filho do casal 20.

Agora a cerejinha foi o que veio no final do livro: uma amostra do que seria a mesma história só que contada pelo Christian. Alguém viu Twilight por aí? Acho que troquei novamente de livro no final e não percebi...

Nota 1.

9 comentários:

  1. Mas é esperado que se espelhe em twillight, a serie começou como uma fanfic...

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    1. Sim!!! Eu certamente esperava isso no primeiro livro, mas no FINAL DO TERCEIRO??????? Realmente foi demais pra mim!

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  2. Adorei a resenha! kkkkkkkkkkkk Exatamente assim qeue u penso!!! Apesar de ler até o final, sempre leio as coisas pro mais enfadonhas que sejam até o fim.

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  3. Desculpe, nem até o final do livro dá para ir de tão ruim que é... o bom que pelas resenhas na internet, eu tenho uma ideia do que acontece (confirmando um pressentimento) e polpo meu precioso tempo...

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    1. Também estou na internet procurando o final do 2º e 3º livro, pra ver se as coisas melhoram (porque não vou ler esses dois últimos nem a pau) hahah

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  4. "Christian continua um maníaco controlador, possessivo e ciumento ao extremo (ainda não sei o que tanto se alardeia sobre ele, ele só tem 2 atrativos: é bonito e rico)"
    Tirou as palavras da minha boca!
    A Ana só ficou de tanto mimimi porque ele tirou a virgindade dela, porque ele é rico e gostosão. Fim.

    História podre. Personagens podres. Resenha da Laura muito top ;)
    hahah

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  5. A pessoa odiou o livro e leu as três edições...imagina se tivesse gostado.
    Eu li os 3 livros, a historia tem sim diversos defeitos, cliches e repetições, o livro 1 é de longe o mais ruim, em todos os sentidos, depois vai melhorando nos outros, não é um livro com enredo e personagens reais é uma fantasia de alguém, tem q estar em "modo" fetiche para curtir, o mais interessante da historia é mesmo o personagem Christian, suas loucuras sexuais e traumas, sim se trata de uma historia príncipe encontra plebeia mesmo, só que o príncipe é meio louco.
    O fim do terceiro livro eu gostei muito, a parte em q o primeiro encontro é narrado por Christian, antes tinha sido por Anastasia.Tirando essa parte o final é bem chato.

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    1. Deus me livre ter lido ter 3 edições do mesmo livro, ainda mais esse! rsrsrsrs Apesar de que leria feliz minhas 3 edições de Mil e Uma Noites, eu só ainda não o fiz :-)
      Mas sim, li os 3 volumes publicados, meus amigos dizem que sou meio masoquista com leituras, porque mesmo quando não gosto continuo até terminar. É uma mania que eu tenho, só para poder falar mal do livro com propriedade quando eu acho que é ruim. Sabe aquela história "não pode dizer que não gosta se não experimentou?", um pouco por aí.
      Concordo que o Christian é o personagem mais interessante, mas isso não significa nem que seja um bom personagem nem uma boa história, e, sinceramente, achei a forma preconceituosa como o BDSM é tratado no livro algo imperdoável nos dias de hoje. Fora o machismo! Nossa senhora, não há o que se salve nessa trilogia...

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  6. que bom saber, eu parei na página 50 do primeiro livro, e dei uma olhada no final. Fraco fraco... claro que é o que boa parte das mulheres quer ler, eu sei... mas como é inverossímil e chaaatooooooooo...
    seria mais convincente se fosse o ricaço parar na cadeia no fim das brincadeirinhas

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