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sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Shadow of Night


SPOILER FREE

Esse livro é a continuação de A Discovery of Witches, lançado no Brasil como A Descoberta das Bruxas. Depois de ficar mais de um ano esperando, finalmente consegui arranjar o livro (chegou lá em casa quase no Natal por conta de uma confusão com a Amazon), e mesmo no meio do Desafio Literário resolvi que era hora de tirá-lo da estante, para respirar um pouco entre um livro para rir e outro.

Não que a "All Souls Trilogy" (pois é, é uma trilogia, e o terceiro livro ainda nem foi terminado pela autora *suspiro*) não seja para rir, em alguns momentos muito inspirados da Deborah só rir salva. Mas continua no mesmo estilo do livro anterior, tem coisas muito ruins e furos gigantescos, a trama mais parece uma peneira, porém, a história é muito cativante e você não quer largar o livro até terminar, e olha que são mais de 500 páginas!

E claro, o grande problema nesse livro estilo queijo suíço é a viagem no tempo. Deveria haver uma lei que proibisse os autores de escrever histórias que não se encaixassem numa dessas 3 fórmulas: 1) o destino é imutável e tudo já estava previsto, não importa se você vai ao passado ou ao futuro, nada muda, até a sua viagem estava "programada"; 2) existem diversas linhas de tempo possíveis, então quando você viaja no tempo e faz alterações no passado, você cria uma nova linha do tempo que não é mais a sua; 3) "efeito borboleta" (o filme), você vai ao passado e quando muda, tudo muda a partir desse momento, inclusive toda a sua história até o momento em que você resolveu viajar no tempo. Histórias problemáticas surgem quando não se segue uma dessas regras, como por exemplo o maldito relógio de "Algum Lugar no Passado" que não existe!

Enfim, Deborah Harkness faz um samba do crioulo doido com a tal viagem no tempo, e as regras não são consistentes, pois algumas coisas que eles fazem eram necessárias para que coisas no futuro tivessem acontecido para que pudessem fazer a viagem no tempo, enquanto outras trazem mudanças inesperadas no presente. E eu quero dizer literalmente no presente! Coisas que não estavam lá simplesmente aparecem! Ah sim, e isso acontece porque enquanto eles estão no passado, o presente continua normalmente. Funciona assim: se você fica uma semana no passado você perde uma semana no seu presente. Não acho que faça sentido, mas não posso reclamar de sentido numa história de bruxas, vampiros e daemons.

Para piorar a bagunça, quando você leva coisas ou pessoas de um tempo para o outro, se elas já existem naquele tempo elas simplesmente são temporariamente substituídas pelas suas versões viajantes! Então não temos nada como em "De Volta para o Futuro", quando Marty McFly precisa se desdobrar para evitar ser visto por si mesmo, e sim pessoas e objetos que simplesmente somem. Não sei quanto a vocês, mas eu prefiro a versão do filme dos anos 80.

Relevando-se todo esse problema de construção de ambiente, os novos/velhos personagens são muito divertidos e a trama é cativante. Os problemas não param de surgir e apesar das soluções nem sempre serem consistentes com os personagens (que já não são muito consistentes mesmo desde o primeiro livro), a leitura realmente te prende.

Ah, outro detalhe que me incomodou: porque diabos ela não usou o inglês da época de Shakespeare? Viagem no tempo com tradução automática? Não curti, esperava mais de uma escritora acadêmica.

Nota 7.


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