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quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Retrospectiva 2015

2015 foi um ano difícil. Foi muito complicado chegar na meta dos 50 livros, que bati no apagar das luzes do ano, e foi um ano em que atrasei a leitura de muitos temas ao longo do ano. Nesse sentido espero mesmo que 2016 seja mais produtivo e pontual.

Foi também um ano de grandes contrastes. Tiveram livros absolutamente sensacionais e livros que me deram muito trabalho para ler até o final. Uma certa falta de paciência da minha parte certamente não ajudou os livros mais complicados.

Mas, lembrando de tudo desde o início, 2015 começou bem, com Valter Hugo Mãe, no seu sensacional (mas pesado, ô ano pesado) "apocalipse dos trabalhadores". Já virei fã de carteirinha do autor português, tão fã que estou me dispondo a conhecer ainda mais autores lusitanos em 2016. Em seguida, consegui terminar um livro que na verdade eu havia começado no ano anterior, "The old magic of Christmas" foi um livro que achei absolutamente maravilhoso, e que eu realmente gostaria de ter terminado de ler durante a época "correta", mas que vale a leitura em qualquer momento do ano. Ainda na onda de início do ano, entrei numa vibe "vou arrumar a minha casa" e li "Miss Minimalist", que foi interessante, mas minimalismo não combina muito comigo, pretendo ler mais sobre arrumação com outros autores no futuro. Ah, a arrumação foi terminada, mas os descartes estão até hoje num canto da casa, uma vergonha.

Depois de tanta leitura informativa ou pesada, entrei na onda da fantasia e li em seguida "The tenth life of Mr Whiskers", que foi fofo demais e eu bem que queria que tivesse mais para ler, "The museum of literary souls", do genial John Connely, outro autor que entrou para a lista de favoritos e agora fico aguardando novos lançamentos. Então fiz uma pequena pausa para ler o clássico "Romeu e Julieta", que, assim, achei ruim, dentro de tudo que já li de Shakespeare, não consigo entender o sucesso dessa obra em específico e nem toda a mitologia em torno do romance, que é muito mais tragédia do que qualquer coisa. Depois disso, só voltando para o gênero da fantasia para tirar o grude do açúcar, então li "Anna dressed in blood", que me surpreendeu tanto que levou uma nota 10 e a sua continuação está na minha wish list da Amazon, aguardando uma queda significativa no seu preço para que eu compre.

Depois de tanto tempo lendo coisas em inglês, fiz um detox com "A confissão da leoa", do moçambicano Mia Couto, porém a leitura foi mais pesada do que eu esperava, e eu simplesmente precisei fazer um detox do detox com Neil Gaiman, com a graphic novel "The sleeper and the spindle". Neil Gaiman é Neil Gaiman, ele faz parte daquela lista de autores de quem eu leria até a lista de compras do supermercado. Mas o livro era muito curto e rápido, então, ainda em fevereiro eu consegui ler "The book of life", último livro da série "discovery of witches". Essa série é daquelas que me deixa triste, tinha tanto potencial para ser fantástica mas é simplesmente medíocre. Uma pena.

A partir de então a velocidade de leituras desandou para o resto do ano, em março eu resenhei apenas um livro, "O jogo de Ripper", da maravilhosa Isabel Allende, muitíssimo recomendado. Mas depois consegui colocar em dia, com outro fechamento de série, "The ruby circle", da série "Bloodlines", outra série cujo potencial não foi realizado, mas que é ainda mais triste, visto que a autora já fez melhor antes. Depois me deprimi profundamente ao ler a autobiografia da divina Isadora Duncan, "Minha Vida", e segui as leituras para o oriente, com a iraniana Marjane Satrapi em "Frango com ameixas", que é muito bom, como as demais obras dela, e o egípcio ganhador do nobel de literatura, Naguib Mahfouz em "O jogo do destino", que é bom, mas dentro do trabalho do autor deixa muito a desejar.

Depois desse passeio, voltei aos livros "young adult", com o sensacional "The Duff" (não vejam o filme!), super super super recomendado. Daí terminei abril com o fundo do poço "Outlander", detestei demais o livro, acho que nada se salva na história, talvez a pesquisa histórica, mas sério, se eu quisesse ler um livro só sobre isso não teria escolhido um romance, muito menos esse romance.

Junho começou bem melhor, com a original continuação da história de Penny em "Please don't tell my parents I blew up the moon", apesar dos problemas técnicos o enredo é tão legal que em 2016 eu pretendo ler outros livros do autor. Em compensação, segui para um livro que me decepcionou, "The secrets of Egypt", da bailarina portuguesa Joana, pois achei que o texto foi um grande tiro pela culatra. Pelo menos, o que veio depois foi o clássico "História sem fim", que apesar de ficar meio lento no meio, é tão lindo e poético e perfeito que simplesmente me arrebatou.

O mês continuou muito bem, no extremo oriente, com o japonês "O incolor Tsukuru Takazi e seus anos de peregrinação", um exemplo perfeito do que é literatura oriental. Para melhorar ainda mais, li "Choreographic Politics", uma obra imperdível para quem gosta de danças folclóricas ou étnicas. Depois, deu uma amornada com "O legado de Arn", cujo conteúdo histórico era muito, mais muito mais interessante do que o livro em si. Pelo menos eu recuperei o ânimo com o nada tradicional "Real vampires don't sparkle", que apesar de bobo é tão divertido que quase ganhou a nota máxima. Fechando o mês veio "Bloodchild", uma coleção maravilhosa de contos da premiadíssima Octavia E. Butler.

Logo em seguida, por pura falta de controle, li a continuação "Real vampires do it in the dark", porque livros "pipoca-trash" às vezes são necessários para a sanidade mental de uma pessoa. Depois a coisa deu uma boa esfriada com "Pó de lua", que simplesmente me pareceu muito melhor na livraria do que na hora de ler de verdade. Pelo menos "Barbe bleue", da minha autora favorita Amélie Nothomb, veio em socorro do mês de julho para ter pelo menos uma leitura de alta qualidade.

Em agosto tudo virou de cabeça para baixo e eu não li nada. A partir daí, tudo ficou atrasado.

Setembro foi uma correria para tentar colocar alguma coisa em dia e ainda comemorar o meu aniversário. Foi quando li "A leitora do Corão", que é bom, mas eu esperava mais. Depois li "Horns", porque amei o filme e precisei ler o livro, que é ainda melhor que o filme. O problema é que depois afundei na série "Instrumentos Mortais", que apesar de ter sido avisada por amigas que não conseguiram ler tudo, eu insisti em ler até o final. Perda de tempo e de paciência... Aí, resolvi arriscar em um autor português contemporâneo, o que foi uma escolha acertada, se fosse meio depressiva, pois "Depois de morrer aconteceram-me muitas coisas" é sensacional, mas triste demais.

Outubro foi outro mês morto e cheio de atrasos. Esse ano foi difícil...

Então novembro precisou começar leve, com "LOL", da mesma autora de "Duff", só que o livro não era tão bom quanto o primeiro. Então apelei novamente para Octavia Butler, com "Kindred", que devia ser leitura obrigatória para todos, apesar de ser muito pesado. Ainda bem que o planejamento de leituras foi seguido pelo maravilhosamente leve e divertido "The Duke and I", que foi tão bem avaliado que levou a mais duas leituras até o final do ano.

Só que antes eu li a "Trilogia Milenium", que me deixou absolutamente viciada e vidrada na Salander, personagem feminina das mais interessantes que já li na vida, e isso não é dito levianamente. Finalizando o mês, pequei a rainha do mistério, Agatha Christie, com "Um corpo na biblioteca", que é um livro dentro dos padrões da inglesa, o que significa que é bom.

E finalmente chegamos a dezembro, o mês da correria para cumprir prazos e metas do ano. E 2015 foi um ano chato e complicado até o final.

Começou com "At the mountains of madness", que é um clássico do H.P. Lovecraft, que foi interessante, apesar de lento. Aliás, dezembro foi o mês dos livros lentos, porque a louca aqui continuou com "Notre Dame de Paris", um modelo de como fazer livros lentos. Fiquei tão desesperada que apelei para as continuações de "The Duke and I", "The Viscount who loved me" e "An offer from a gentleman", que não foram tão bons quanto o primeiro volume.

Fechando o ano, ainda consegui ler "The King of Taksim Square", que muito me agradou, afinal sou apaixonada por literatura oriental, e "Tea with the black dragon", uma fantasia com uma estrutura interessante, mas a escrita da autora deixou a desejar.

Na média, o ano foi bastante inconstante, com muitos altos e baixos, segundo o Goodreads, eu li mais de 16 mil páginas esse ano. Razoável, não? Com uma média de 343 páginas por livro nos 50 livros devidamente lidos. Cravei a minha meta! Mas foi suado...

Para 2016 eu espero algo mais tranquilo. Manterei a meta de 50 livros, mas vamos ver se vai ser melhor.


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