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terça-feira, 20 de dezembro de 2016

Winter



SPOILER FREE

E finalmente cheguei no último livro da série Lunar Chronicles! Ufa!

Depois de ver versões bastante interessantes e originais de Cinderela, Chapeuzinho Vermelho e Rapunzel, chegou a vez da versão de Branca de Neve. E vou dizer que esse livro foi sofrido.

Primeiro, ele não é melhor do que nenhum dos volumes anteriores, que já sofriam de problemas, segundo, o livro é longo demais. Sabe a sensação de que a história não acaba nunca e que você torce para a coisa andar? Péssimo sentir isso lendo. E, por fim, o final não é lá tão recompensador.

Pra mim, os piores problemas da série como um todo estão nas personagens femininas e na inconstância do que elas são realmente capazes de fazer. Acho muito chato você ser apresentado a uma habilidade da personagem e depois isso simplesmente não acontecer mais, ou só acontecer de novo para o enredo poder andar. Além disso, o primeiro livro vem cheio de promessas de personagens femininas fortes, bem resolvidas e que iriam crescer para ficarem ainda mais interessantes, mas não é isso que ocorre nos volumes seguintes. O pior é que a cada nova personagem sendo apresentada, novamente há a promessa, mas a entrega não é lá essas coisas.

Como uma série de releitura de contos de fadas, onde a ideia inicial parece ser reescreve-los de forma a empoderar personagens tradicionalmente dependentes, o resultado nesse sentido é absolutamente abaixo do esperado para livros escritos depois de 2010. O nível de independência emocional e  de ação das protagonistas é algo que já se via no final dos anos 90, 20 anos depois disso eu esperava algo muito melhor. Portanto, falta novidade nesse quesito.

A novidade fica (talvez, porque não conheço outras adaptações) por conta da fantasia futurista utilizada para unir as histórias, que é realmente legal e bem original, mas muitas vezes acaba ficando por demasia apenas como pano de fundo, quando poderia ter mais repercussões e gerar não só mais conflitos no enredo, mas também discussões mais interessantes.

E alguém pode me explicar porque existe esse fetiche de fazer personagens femininas sofrerem? De onde vem essa necessidade extrema de fazer todas as personagens passarem por provações físicas tão bizarras? Isso faz sentido quando trata-se de guerreirxs, mas fora isso, pra que? Que aconteça ao longo de uma narrativa mais comprida eu entendo, mas precisa acontecer de forma tão repetida?

Enfim, é uma saga young adult bem dentro da média. Para quem curte o estilo a leitura vale a pena, mas não é nada que inspire uma menção especial.

Nota 7.

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